pequena carta de parabéns;

Mário,

A minha rotina troca-me sempre as voltas. Posso viver dias de grandes alegrias sem me importar com mais nada como posso viver dias de angústia e sofrimento, de saudade. Por mais voltas que dê, por mais caminhos que siga, dou sempre por mim a remexer no passado. Não é que queira, mas vens sempre em direcção a mim quando menos espero. Talvez porque um dia significaste muito para mim, e pelos vistos, não deixas de significar. Continuas a ser tu que me levanta quando eu própria já não tenho forças para tal, mesmo não estando presente. Não estás presente mas nunca estás ausente. Por mais vontade que tenha de te largar de vez, tenho razões para querer tal coisa, eu não consigo. Continuas sempre marcando-me cada dia mais, embora seja pelo lado negativo, marcas. E talvez eu goste de ser magoada e ignorada. Mas hoje não quero martirizar-te com coisas que nem valem a pena serem referidas pois não são valorizadas como eu gostava que fossem. Hoje apenas te quero dizer que me orgulho muito de tudo o que conseguimos ser, de tudo o que conseguimos passar. E tu? Não te orgulhas? Hoje quero dizer-te que me orgulho muito de ter feito parte da tua vida, orgulho-me de que, em pelo menos alguns momentos, foi a mim que procuraste, foi comigo com quem falaste. E continuo aqui, há mesma hora, da mesma forma. A única diferença é que já não tens necessidade de me procurar. Mas quando, por alguma razão, tiveres eu estarei aqui. Orgulho-me da pessoa que és, talvez não me orgulhe do que és para mim, mas orgulho-me de ti; orgulho mesmo. Só quero que estejas sempre bem, seja onde for, com quem fôr e como fôr. De certa forma, põe-me feliz ver-te feliz. Como também me põe triste pois não posso partilhar essa felicidade contigo, não posso estar lá para te dizer “muito bem, é isso mesmo”. Só quero com isto dar-te os parabéns e desejar-te tudo com que sempre sonhaste.

(tinha muitas  fotografias para pôr aqui mas com o tempo e com alguma raiva fui apagando, fui-me afastando de tudo o que se relacionava connosco. Mas se gosto muito de ti? Sempre.)

Beijinhos,

Joana.